sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sejamos diretos: A culpa é dos vagalumes.


Inicio quase ao mesmo tempo duas novas atividades em minha vida: Lecionar no ensino regular (Estado e Prefeitura de São Paulo) e escrever em um blog. Acredito no papel transformador da educação e também tenho plena convicção da importância dos meios onde as trocas de informações, saberes e dúvidas têm na superação de problemas comuns a sociedade do quero tudo e quase sempre pouco tenho. 
Não é de mais se lembrar a importância da internet nos atuais acontecimentos. As manifestações populares contra as ditaduras de Mubarak (Egito), Kadaf (Líbia) e outras com menor repercussão. Estas manifestações vêm mostrando também o quanto a democracia estadunidense tem razão de ser em si. Assim como não é de mais lembrar que a ironia é um recurso importante quando falamos de uma nação que foi direta e indiretamente responsável pela morte de milhares e milhares de pessoas pelo mundo, como nós latinos americanos sentimos na pele em longos anos da segunda metade do século XX, ou você realmente acredita que a mascara democrática dos EUA criou um ser democrático incapaz de apoiar e incentivar ditaduras como a que tivemos? Quando falamos do titio Sam estamos falando de um terrível assassino e é aconselhável prudência, mas nem por isso devemos omitir a verdade, nem que ela esteja nas entre linhas.
Alias a ironia, juntamente com a verdade, é um recurso que me parece andar meio esquecido, quase extinto, assim como os vagalumes em boa parte da cidade de São Paulo. Falta na mídia de maior circulação ironia e sinceridade. Por exemplo: Na tão comentada capa da revista Veja onde a Dilma aparece com duas imagens, como fosse um espelho, onde ela diz que é a favor da descriminalização do aborto e na outra metade da capa, como se ela dissesse o contrário, ela diz que pessoalmente é contrária ao aborto. Ora, sem dúvida faltou sinceridade, mas também faltou ironia. Afinal a reportagem mostrava de fato a Dilma como uma mulher contraditória, o que não me parece ser o caso, ainda mais com o trecho citado, assim como também não é contraditório esta imparcialidade, pró tucanaiada, da revista veja. Se fosse ironia essa capa seria bem interessante, imaginem a Veja tratando da imparcialidade da mídia em geral, e de sua própria, em um ano de eleição... Uauuu... Já deu pra perceber que eu sou daquele tipo romântico, né? 
Quanto ao blog “DESENCANTANTE”, pretendo escrever no mínimo duas vezes na semana. Na próxima postagem espero falar de como o mundo é lindo e os seres humanos amáveis, mas evidentemente não vou! Porque nem nossos desejos, como homens fruto da modernidade, são tão cristalinos.
Sem mais delongas vamos finalizando e encontrando alguns culpados para a falta de ironia e verdade (para não se tornar um blog tão desencantante assim logo de cara vamos culpando algum pobre coitado, afinal mesmo as ilusões não sendo as mais belas elas ainda alegram sujos corações de gente grande). Então, pelo poder das dedadas no teclado que foi a mim concedido, escrevo com toda a mentira de meu coração que a culpa é do vagalume já que com sua bunda – a mesma bunda que é base de todo o trabalho intelectual, o chamariz dos dançarinos de funk /axé e 1/3 do instrumento de trabalho das profissionais do sexo -j, não vem mais iluminando a escuridão das nossas noites escuras. Com isso, estes seres acabam obscurecendo ainda mais o nosso pensar.